domingo, 6 de julho de 2025

Revolução Constitucionalista de 1932: o movimento que marcou a história de São Paulo



No dia 9 de julho, São Paulo celebra um de seus capítulos mais significativos: a Revolução Constitucionalista de 1932. Mais do que uma data no calendário, esse episódio representa o desejo de participação política e a defesa da ordem constitucional em um momento de grandes tensões no Brasil.

Em 1930, Getúlio Vargas havia chegado ao poder após a deposição de Washington Luís, instaurando um governo provisório que dissolveu o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas estaduais e suspendeu a Constituição. Essa ruptura institucional gerou forte insatisfação entre parcelas da sociedade paulista, que se viam excluídas das decisões políticas e econômicas do país.

A mobilização pela volta da legalidade ganhou força ao longo de 1931 e 1932, reunindo setores civis e militares, industriais, estudantes e grande parte da população urbana de São Paulo. O estopim veio com a morte de quatro jovens estudantes – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – durante uma manifestação em maio de 1932. Suas iniciais (MMDC) tornaram-se símbolo da resistência.

Em 9 de julho daquele ano, tropas paulistas se levantaram contra o governo federal. A revolução, que durou quase três meses, tinha um objetivo central: a convocação de uma nova Assembleia Constituinte. O movimento contou com voluntários, financiamento popular e intensa campanha de propaganda que buscava legitimar a luta pela Constituição.

Embora derrotada militarmente em outubro, a Revolução Constitucionalista alcançou conquistas políticas importantes. Em 1933, o governo Vargas convocou eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, que resultou na Constituição de 1934, marcando o retorno da legalidade institucional.

Hoje, o 9 de Julho é feriado estadual em São Paulo, homenageando todos que participaram desse momento decisivo. Mais que um conflito armado, a Revolução Constitucionalista foi a expressão de uma sociedade que se recusou a abrir mão de seus direitos políticos e que reivindicou seu lugar no processo democrático brasileiro.

A data nos convida a refletir sobre o papel da participação cívica e da luta pelo Estado de Direito – valores que continuam centrais na construção da democracia no Brasil.



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