Inês era uma menina curiosa que vivia às margens do rio Douro. Seu pai gostava de lhe contar histórias sobre como nasceu Portugal. Ele dizia que, no início da Idade Média, a região era parte do Reino de Leão e também da luta cristã contra os mouros muçulmanos. Entre tantas batalhas, surgiu o Condado Portucalense, governado por nobres que recebiam terras para defender a fronteira.
O mais importante desses nobres foi Henrique de Borgonha, que se casou com Teresa de Leão, filha do rei Afonso VI. Assim, em 1096, ele recebeu o governo do condado. O pai de Inês explicava que Henrique sonhava em tornar suas terras independentes. Mas foi seu filho, Afonso Henriques, quem deu o primeiro passo para transformar o condado em um reino.
Quando cresceu, Afonso Henriques desafiou a própria mãe, que queria manter a ligação com Leão. Em 1128, ele venceu a Batalha de São Mamede e assumiu o controle do condado. A menina imaginava a cena como um grande confronto de cavaleiros em armaduras brilhantes. A partir desse momento, Afonso começou a ser chamado de príncipe de Portugal.
Mas a verdadeira vitória veio em 1139, quando Afonso Henriques derrotou os muçulmanos na Batalha de Ourique. Conta-se que ele foi aclamado rei pelos seus soldados. Anos depois, em 1143, pelo Tratado de Zamora, o rei de Leão reconheceu oficialmente a independência de Portugal. O pai de Inês dizia que esse foi o “batismo” do novo reino.
Mesmo assim, a Igreja precisava confirmar. Em 1179, o papa Alexandre III enviou a bula Manifestis Probatum, reconhecendo Afonso Henriques como rei legítimo de Portugal. Inês ficava encantada em pensar que uma carta vinda de Roma podia mudar o destino de um povo inteiro. Assim nascia o Reino de Portugal, com Lisboa se tornando a capital em 1255.
No século XIII, reis como Afonso III e Dinis ampliaram as fronteiras e organizaram o reino. Dinis, chamado de “o Rei Poeta”, fundou a primeira universidade portuguesa em 1290 e estimulou a agricultura. Para Inês, era curioso imaginar um rei que, além de lutar em guerras, também escrevia poemas e cuidava de plantações.
Mais tarde, no século XIV, Portugal enfrentou crises e disputas pelo trono. Foi a revolta popular liderada por João, Mestre de Avis, que garantiu a independência em 1385, ao vencer os castelhanos na Batalha de Aljubarrota. Ele se tornou Dom João I, iniciando a dinastia de Avis, que marcaria o início das grandes aventuras marítimas.
O pai de Inês sempre concluía: “Portugal nasceu da coragem de reis como Afonso Henriques e da força de seu povo, que lutou por sua terra”. A menina sonhava em conhecer Guimarães, onde tudo começou, e dizia que, um dia, contaria a mesma história para seus filhos, mantendo viva a memória da formação do seu país.
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